Singularity University

31/03/2012 23:06

Sigularity University

 

No ano de 2007 os pesquisadores Dr. Peter H. Diamandis e Dr. Ray Kurzweil, começaram a pensar em um novo conceito de universidade capaz de formar massa critica para alavancar as novas tecnologias existentes e assim ajudar a resolver os grandes problemas da humanidade (energia, comida, educação, pobreza, economia e etc). Em uma reunião em Abril de 2007 em um dos laboratórios da NASA nos Estados Unidos eles começaram a se organizar; mais uma reunião em novembro de 2007 e os primeiros passos foram dados e pouco mais de um ano depois em Setembro de 2008, foi fundado dentro da NASA a Sigularity University - SU (Universidade da Singularidade), localizada em um antigo hangar de bombardeiros B-52 em Mountain View, na Califórnia.

Estava criado o ponto de partida para a revolução do ensino tecnológico! Pretensioso não? Uma Universidade com tamanha pretensão não poderia ser "dirigida" por qualquer mortal. Foi ai que um cidadão entrou na História. Aos 33 anos de idade Rob Nail vendeu sua empresa de sucesso, que entre outras coisas fabricava equipamentos para ajudar os cientistas a descobrirem a cura do câncer, para uma multinacional gigante, ele ficou milionário e decidiu tirar férias e surfar na Indonésia. Alguém queria vida melhor? Ao ser convidado para participar da SU ele aceitou, investiu e se transformou diretor e decidiu encarar de frente as pretensões da instituição. Empresas como Google e Nokia também investiram na SU.

Com 8 professores fixos e 150 convidados, a universidade tem três tipos de curso, o Programa Executivo, de nove dias de duração, o FutureMed+, de seis dias e o Graduate Studies Program (GPS), de três meses.

A SU já esta gerando frutos, empresas e empreendedores de várias partes do mundo e inclusive do Brasil já estão aplicando os conceitos aprendidos. Mas sem dúvida a grande atração da SU é Rob Nail, com muitas ideias inovadoras principalmente na área de educação ele tem ganhado muitos "seguidores". Sabe todas essas mudanças de seguranças, patentes e etc. que o Google tem aplicado desde o inicio do ano? Foi Rob Nail quem sugeriu. Decidido a espalhar o conceito de que é preciso se mobilizar para solucionar os problemas locais e principalmente criar grupos (empresas e etc.) capazes de assim fazê-lo, Nail tem percorrido o mundo, inclusive esteve no Brasil ano passado. A SU irá realisar competições em mais de 150 países com a intenção de encontrar ideias inovadoras capazes de impactar um milhão de pessoas em qualquer lugar do país. Neste ano de 2012 a SU pretende criar um projeto em cada um desses 150 países, para que se tornem empresas que solucionem os problemas locais.

Em uma entrevista Nail disse " O Vale do Silício é uma cultura bastante isolada. Acontece de um empreendedor tentar criar uma solução para os africanos, sem nunca ter posto os pés em uma vila africana. Coisas assim. É uma comunidade bastante desconectada. Além disso, somos tão otimistas, achamos tanto que conseguimos solucionar qualquer problema, há tanto dinheiro lá, que às vezes o jovem empreendedor do Vale do Silício é muito inocente."

As vezes nós somos um pouco exigente de mais com nossa capacidade de desenvolvimento, acredito que o ato de desenvolver qualquer coisa é cultural. Não estou maluco sei que estudando, pesquisando e trabalhando tudo é possível. O que eu estou querendo dizer que é preciso desenvolver uma cultura de desenvolver no Brasil, as famílias, as escolas, as universidades, empresas e etc cultivam o conceito do estudar para ser empregado, culturalmente no Brasil não existe o ensinamento do criar, desenvolver do ser empreendedor. Quem aconselha o filho, aluno e etc a criar uma empresa? a perder tempo tentando desenvolver algo que possa resolver algum problema? E é ai que a SU esta atuando, o Brasil precisa repatriar seus pesquisadores para implantar aqui o conhecimento adquirido em diversas partes do planeta.

Algo que eu sempre digo "não terá 200 milhões de vagas no serviço público" é preciso investir parte do nosso tempo em desenvolver, pensar, algo inovador. O Brasil irá precisar de empresas para empregar todo mundo e construir uma empresa vencedora necessariamente passa por ter uma ideia empreendedora. Um exemplo disso a presidente Dilma deve ter visto em sua visita a Índia. A índia é o pais que mais forma engenheiros no mundo, possui mais de 30 mil indianos trabalhando no Vale do Silício e ultimamente muitos tem voltado para Índia e construindo empresas de tecnologias inovadoras que tem se transformado em empresas gigantes; detalhe o vice-presidente acadêmico da SU é Indiano e se chama Vivek Wadhwa.

Programas como o Ciência sem fronteira que pretende mandar mais de 100mil estudantes para estudar fora do pais talvez não seja uma solução, porque parte desses estudantes não irão voltar ao Brasil e principalmente só teremos frutos deste investimento no mínimo nos próximos 5 anos. Portanto investir para trazer pesquisadores que estão espalhados pelo mundo se tornaria um investimento de retorno mais imediato.

O fato é que a cada dia que passa percebo que a maioria dos nossos problemas são culturais, educação, corrupção, passionalidade, falta de empreendedorismo, medo, receio toda a humanidade possui essas características mas no Brasil percebo que isto é muito mais danoso e que acaba impedindo que uma mudança mais significativa possa ser percebida.

Temos as condições ideais para isso acontecer, mão de obra, economia, população unida e a mais otimista do mundo. Basta agora o ponta pé inicial.

 

Cristiano Prestrelo

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie um site grátisWebnode